Cézanne e o cubismo
Paul Cézanne (1839-1906) é conhecido como o Pai da Arte Moderna (ocidental). Percursor de movimentos como o Fauvismo e o Cubismo, pertenceu ao círculo impressionista, trabalhando sobretudo com Pissarro que o levou a descobrir a luminosidade en plein air e a tornar a paleta mais clara.
Ele acaba por instalar-se no Midi, no sul de França, onde a sua pintura experimentou uma evolução que o distanciou cada vez mais dos impressionistas.
O estudo da Natureza revelou-lhe algo de distinto dos seus companheiros: sentiu a energia criadora de um mundo em permanente formação que pretendeu converter numa visão mais estável e sólida.
A importância da sua obra para a formulação da arte moderna:
Cézanne abriu caminhos à arte moderna, considerando que
tudo na Natureza se modela com esferas, cones e cilindros.
Ele contribuiu para a independência da arte face à
realidade e recuperou a materialidade da pintura (destruída
pelos impressionistas). As suas pesquisas foram influentes
para a formulação do Cubismo, pela geometrização das
formas e do espaço, pela eliminação do claro-escuro e da
profundidade, e pela introdução de sobreposições de
planos e da multiplicidade de pontos de vista.
Características gerais
1) A reprodução geometrizada da natureza em detrimento da desmaterialização da
pintura impressionista;
2) Defesa de que «tudo na Natureza se modela como esferas, cones e cilindros»;
3) Privilégio da execução sobre a composição e da cor sobre o desenho;
4) Preocupação com a construção da forma e com a estrutura de um quadro;
5) Utilização de pinceladas curtas e finas, orientadas na justa e correta posição;
6) Elaboração das formas e do plano através da cor e da pincelada, estruturando
formas quase geométricas;
7) Representação da paisagem, na pintura ao ar livre (en plein air), como nas diversas pinturas do Monte Sainte-Victoire, a partir de diferentes perspetivas, sem denotar precisão naturalista.
Nas paisagens, nos retratos ou nas naturezas-mortas nada lhe interessava mais do que recriar na superfície da tela a harmonia estrutural e formal que encontrava na Natureza. Antes de serem objetos, pessoas, árvores, etc., os seus motivos são figuras, formas, espaço e matéria plástica, elementos que se desenvolvem paralelos à superfície da tela, perfeitamente estruturados em planos sucessivos e construídos com uma pincelada regular que permite devolver-lhes a sua condição de sólidos volumétricos.