Paul Gauguin: Fauvismo e Simbolismo
Paul Gauguin (1848-1903) começou a pintar em 1874, ano em que contactou com os impressionistas, tendo participado nas suas exposições em 1879, 1880 e 1882. Insatisfeito com uma pintura tão fragmentada (Gauguin considerava que faltava a simplicidade e espontaneidade dos primitivos à pintura impressionista), instalou-se em Pont-Aven, na Bretanha, onde contactou com muitos dos pintores ligados ao simbolismo.
Percurso e influências artísticas do pintor
Ele esteve em Paris – aproximação ao impressionismo e posterior afastamento.
Possuiu contactos com Pissarro, Cézanne e Van Gogh e com o movimento simbolista.
Procurou a pureza original e ancestral.
Insatisfeito com a estagnação do «mundo ocidental», Gauguin parte para o Taiti, onde se instalou. Recusou toda a vida moderna, a cidade e todas as influências que a civilização ocidental outrora tinha exercido na sua pintura.
Nestas culturas muito mais genuínas, Gauguin encontrou o ambiente desejado para desenvolver uma pintura marcada pelo exótico, pelo mistério, pela incerteza, pela dimensão simbólica.
No fundo, Gauguin foi ao encontro de um mundo «verdadeiramente espiritual», tentanto transparecer isso para as suas obras.

O sintetismo e o cloisionismo
Gauguin desenvolveu o "sintetismo" e o "cloisonismo”. Estes consistem em estilos de representação simbólica da natureza onde são utilizadas formas simplificadas e grandes campos de cores vivas planas, separadas por uma linha negra, e que mostravam uma forte influência das gravuras japonesas (ukiyo-e).
cARACTERÍSTICAS GERAIS DA SUA OBRA
1) Cores antinaturalistas e enigmáticas (chão vermelho, palmeiras amarelas);
2) Inclusão de motivos imaginários e irreais (por exemplo, flores que não existem), muitas vezes unicamente com o intuito decorativo;
3) Simplificação da cena representada de modo a tornar-se enigmática e subjetiva;
4) Por vezes, a inclusão de ídolos ou signos misteriosos (na imagem, os motivos do pano onde a mulher se senta; a fruta que ostenta na mão).
5) Temáticas de forte expressão simbólica, mística e espiritual, relacionadas com a tradição popular bretã e com as culturas primitivas;
6) Oposição ao mundo da visualidade pura, defendendo a autonomia da cor, a simplicidade da composição e a forma simples e elementar;
7) Desenvolve as formas estilizadas e sintéticas, com amplas zonas de cores vivas, sem atender à representação tridimensional do espaço - sintetismo - 8) As cores vivas e fortes são aplicadas em zonas planas, sem modelado, contornadas a negro – técnica de cloisonismo.