GALERIA IMPRESSIONISTA

Édouard Manet foi dos artistas mais importantes na criação do movimento impressionista. O seu percurso foi marcado pelo enorme escândalo marcado pela pintura “Le dejeuner sur l’herbe”, apresentado no Salão dos Rejeitados em 1863 e também por "Olympia", um quadro rejeitado em 1865.
Análise de "Olympia"

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Nas composições anteriores, é possível denotar-se o grande carácter erótico e sensual presente na representação do nu feminino. Os cânones de representação e a presença de uma beleza completamente idealizada são características que radicam na história da arte desde o período helenístico grego. Manet, nesta pintura, quebra visivelmente com todas essas características, afastando-se definitivamente da técnica académica da representação do espaço e da influência mitológica – evidenciando, assim, um grande espírito moderno na conceção da pintura e representação.
Arte Académica refere-se a tudo o que o governo classificava enquanto arte de qualidade. Era uma arte um tanto previsível, esperada. No fundo, o valor estético de uma obra de arte residia na estrita obediência aos cânones clássicos. O que Manet faz é desafiar essas ideias.
Olympia não se apresenta com uma postura de Deusa. É uma mulher real, do quotidiano, deitada no seu apartamento em Paris, as suas feições e traços físicos não são idealizados nem aperfeiçoados.
Olympia confronta diretamente o espectador com o seu olhar, fitando-o, envolvendo-o na atmosfera em que se encontra. A volumetria do seu corpo é praticamente inexistente, sendo esse uma forma bidimensional, não havendo a presença de claro-escuro – outra das características que vai contra a tradição académica.
Outro aspeto do qual as pessoas desgostaram bastante foi o tema desta pintura. Olympia é um nome bastante comum entre prostitutas e, embora a prostituição fosse um tema relativamente comum entre grandes peças do século XIX, Manet não foge à controvérsia. Ao contrário de Odalisque, Olympia não se encontra numa posição submissa.
Características gerais do Impressionismo
O pintor impressionista adequa
a sua forma de pintar ao funcionamento
da visão, fundamentando a sua obra
através dos seus conhecimentos
científicos – mentalidade positivista, em
detrimento da captação das emoções ou a expressão de sentimentos.
Temáticas do impressionismo
Paisagens e ambientes captados ao ar livre;
- Cenas de movimento;
- Contextos urbanos e do quotidiano moderno;
- Cenas lúdicas, de diversão e tempo livre (
passeios, margens de rios, bares, cafés...)
Aspetos técnico-
formais do
Impressionismo
• Captação da realidade mutável (inconstante) OU captação do
fugaz, captação do instantâneo, captação do momento;
• Utilização de cores puras, sendo a tinta aplicada diretamente
na tela a partir do tubo, sem mistura prévia na paleta;
• Aplicação da tinta em pinceladas curtas, rápidas e
justapostas;
• Captação de ambientes luminosos, das atmosferas
transparentes, originando a «desmaterialização da pintura».
• Complementaridade cromática (cores complementares).
A intencionalidade da pintura impressionista:
Captar o momento pelos
valores da cor e da luz,
valores fugazes e
transitórios, daí a rapidez
de execução.