Van Gogh e o Expressionismo
Vincent (1853-1890) viveu uma juventude inquieta e desgostosa, de difícil adaptação ao meio social, ao longo da qual sofreu diversos reveses sentimentais.
Quando, em 1880 decidiu dedicar-se à pintura, estava dominado por um sentimento de profunda solidão e desencanto, frustrado de uma vida que tardava em compreender. Teve uma breve passagem pela Academia Antuérpia, mas o seu trabalho foi sobretudo marcado pelas influências do seu percurso religioso, quer na escolha dos temas profundamente realistas, quer na intensidade expressiva de um estilo em que a autonomia da cor assumia um papel predominante.
Pintor de desenho anguloso e violento, que utiliza cores contrastadas e arbitrárias, formas sinuosas e flamejantes, pincelada larga e pontilhada, com uma intencionalidade marcadamente expressionista, pretendendo transmitir a realidade tal como é sentida pelo pintor. Personificou também a natureza, atribuindo-lhe estados de alma. Contrariamente aos impressionistas a intenção de Van Gogh nunca
foi somente a captação do visível, mas também a expressão da
emoção e dos sentimentos perante o motivo, por isso, um
antecessor do Expressionismo. A pintura deveria traduzir as tensões, as energias e as emoções do mundo interior e subjetivo do artista.
Características da sua pintura:
1) A busca das potencialidades da cor;
2) A cor assume um carácter simbólico, traduzindo o interior subjetivo e enigmático do artista;
3) Os tons, são aplicados numa técnica vibrante, em pinceladas bruscas curtas e justapostas;
4) A linha assume um valor autónomo, agitando as formas e o espaço, e contribuindo para a emoção, a angústia e a força vibrante que emergem dos quadros.